RETINOPATIA DIABÉTICA
A Retinopatia Diabética consiste na deterioração dos vasos da retina, devido à exposição prolongada ao sangue rico em glicose (açúcar).
Essa é a principal complicação da diabetes no olho, sendo uma das principais causas de cegueira em indivíduos entre 20-74 anos nos países desenvolvidos.
Estudos demonstram que após 20 anos de doença, a Retinopatia pode ocorrer em quase 100% dos pacientes com DM tipo 1 e em 60% dos DM tipo 2.
Como surge a Retinopatia Diabética?
A retina é uma membrana localizada na parte posterior do olho, responsável por transformar o estímulo luminoso em estímulo nervoso, para que a imagem que vemos seja interpretada.
A alta concentração de glicose (açúcar) no sangue, que ocorre na diabetes, causa alterações na estrutura dos vasos sanguíneos da retina, levando a formação de vasos anormais (neovasos). Esses vasos são frágeis e com o tempo se rompem, o que causa sangramento na parte interna do olho e inchaço da retina (edema macular).
Os principais fatores que contribuem para o surgimento e agravamento da retinopatia diabética são:
– Longo tempo de surgimento diabetes (quanto mais tempo, maior o risco)
– Mal controle da glicemia (açúcar no sangue)
– Pressão arterial elevada
– Aumento de colesterol e/ou triglicerídeos
Estudos demonstraram que o controle glicêmico rígido associado ao controle da pressão arterial, reduz a incidência e a progressão da retinopatia diabética.
Quais os tipos de retinopatia diabética?
Existem dois estágios evolutivos da Retinopatia Diabética.
A Retinopatia Diabética Não Proliferativa (RDNP) é a forma mais frequente e corresponde ao estágio inicial da doença. Nessa fase ocorre pequenas hemorragia e vazamento de líquidos de pequenos vasos da retina, levando a um edema local (Edema Macular Diabético).
No entanto com a piora do quadro, surge a Retinopatia Proliferativa (RDP). Esse é o estágio mais avançado da doença. Há formação de vasos anormais (chamados neovasos), que causam grandes hemorragias e algumas vezes descolamento da retina. Os neovasos podem ser identificados no exame de mapeamento de retina.
Quais os sintomas da retinopatia diabética?
Um dos grandes riscos da Retinopatia Diabética é ausência de sintomas na fase inicial. Ou seja, ela só causa sintomas na fase avançada da doença, no qual o risco de perda da visão é maior e o tratamento é mais difícil.
Por isso, é obrigatório que todo paciente com diabetes realize consulta com médico oftalmologista com exame de fundo de olho de forma periódica. Isso permite o diagnóstico precoce de alterações da retina, o que pode salvar sua visão.
Dentre os sintomas da Retinopatia, temos: visão borrada, visão torta, embaçamento visual e manchas central na visão.
Nas formas mais avançadas da Retinopatia Diabética Proliferativa, o paciente pode apresentar a sensação de estar vendo teias de aranha, moscas volantes ou já perder a visão subitamente por um sangramento grave dentro do olho (hemorragia vítrea).
Como é o diagnóstico da retinopatia diabética?
O diagnóstico é feito pelo médico oftalmologista, por meio do exame do Mapeamento de Retina.
– Exame obrigatoriamente realizado em todo paciente com diagnóstico de diabetes
– Repetido conforme orientação do seu médico. Geralmente é realizado anualmente para pacientes sem retinopatia e a cada 6 meses, no máximo, para aqueles com alterações da Retinopatia Diabética.
Outros exames também auxiliam no diagnóstico da doença são:
– Retinografia Colorida (imagem a)
– Angiofluoresceínografia (imagem b): exame que permite avaliar a circulação da retina e, assim, determinar áreas de vazamento de liquido na mácula e de vasos anormais (neovasos)
– Tomografia de Coerência Óptica (imagens c-e): permite avaliar a espessura e as características da retina e da mácula.
– Ultrassonografia Ocular: indicado em casos de hemorragia intraocular densa
Como é feito o tratamento da retinopatia diabética?
Primariamente, o paciente deve manter um controle rigoroso da diabetes. Nesse sentido, o Exame da Hemoglobina Glicada (Hb1AC) é indispensável.
Realizado com a retirada de uma pequena amostra do sangue dos pacientes e sem a necessidade de jejum, a Hemoglobina Glicada é o principal exame para avaliar o controle do diabetes. Ela reflete o controle do diabetes nos últimos 3 meses. O objetivo dos pacientes diagnosticados com diabetes é uma HbA1C menor que 7%, pois assim, estão menos sujeitos ao risco de complicações da diabetes.
O médico retinólogo com base na avaliação individualizada de cada caso vai determinar qual o melhor tratamento especificamente para olho. Os principais tratamentos disponíveis são:
- Fotocoagulação a Laser
Nos casos de Retinopatia Diabética Grave, são indicadas sessões de laser de forma difusa em toda periferia da retina, com objetivo de reduzir e controlar a formação dos neovasos. Isso reduz o risco de sangramento intraocular e perda de visão.
Nos casos de Edema Macular Diabético, o laser pode ser indicado, como tratamento complementar ao tratamento com injeções intra-vítrea, sempre de forma localizada nas áreas de vazamento da retina
- Injeção Intravítrea
Tratamento principal para os casos de Edema Macular Diabético, que é o inchaço da região central da retina. São realizadas injeções de anti-inflamatórios (corticoides) ou medicamentos anti-angiogênicos dentro do olho.
Essas medicações tem o beneficio complementar de reduzir a proliferação de neovasos e reduzir as áreas de hemorragia intraocular.
- Vitrectomia Posterior
É um tipo de cirurgia indicada em casos mais avançados da doença, geralmente nos casos de hemorragia intraocular densa, descolamento de retina e edema macular refratários.
Como me prevenir da retinopatia diabética?
A prevenção e a detecção precoce da retinopatia diabética são os principais aliados para evitar a perda de visão, por isso é importante realizar consultas regularmente com retinológo.
Um controle rigoroso da diabetes, da pressão arterial e do colesterol reduzem em muito o risco de desenvolvimento da retinopatia diabética e o risco de perder a visão.
Dicas para te ajudar a controlar a Diabetes!
Para a condução de um controle adequado, é preciso que o paciente considere 5 frentes:
Alimentação
Os hábitos alimentares do portador de diabetes devem ser muito regulares e orientados por nutricionista. Entre esses hábitos, destacam-se:
– Adoção de horários regulares para as refeições
– Eliminação do excesso de doces, refrigerantes e frituras
– Redução do consumo de gorduras, sal e bebidas alcoólicas.
Atividade física
É importante que a atividade física seja prazerosa e não mais um sacrifício.
Os principais benefícios da atividade física para diabéticos podem ser assim resumidos:
– Ajuda a controlar o açúcar no sangue e ajuda na ação da insulina
– Auxilia na redução e manutenção do peso corporal;
– Auxilia no controle da pressão arterial e melhora a função cardíaca
Medicação
A dosagem e os horários das medicações prescritas pelo seu médico devem ser seguidos com responsabilidade. Na ocorrência de qualquer efeito colateral, ele também deve ser procurado e informado imediatamente.
Automonitoramento
O paciente diabético deve diariamente realizar medições dos níveis de glicose em seu sangue.
Educação em diabetes
Para tratar é preciso conhecer. Assim, o paciente diabético deve procurar se manter informado sobre a doença.
Portanto, o paciente diabético deve ser bastante cuidadoso com seus hábitos, sua dieta e realizar prática de atividade física adequada. Ao mesmo tempo, que deve ser muito preciso com sua medicação. Finalmente, deve procurar sempre aprender mais sobre a doença com a qual deve conviver por toda a vida e sempre proceder ao monitoramento dos níveis de glicose em seu sangue.
Se você ou alguém da sua família tem Diabetes ou se sua visão está apresentando embaçamento, procure de imediato um Oftalmologista especialista em Retina!
A chave do sucesso é o diagnóstico e tratamento precoce!